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Breve história
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João Botas
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Não obstante as vicissitudes da história, os enganos e desenganos dos homens, a verdade é que os portugueses deram novos mundos ao mundo e a ele pertencem, não como donos e senhores, mas por direito natural. Uma pequeníssima história dessa odisseia portuguesa (ou uma ínfima parte...) é o que me proponho contar. O termo é mesmo esse, contar uma história.
Esta história inicia-se (pelo menos) em 1893 e só termina em 1999, praticamente no início do século XXI. Vivi um pequeno período desse tempo todo, mas foi de tal maneira marcante que fiquei para sempre ‘filho da terra’ e que só poderá agradecer tudo o que ali viveu homenageando, de forma simples, um lugar único.
No ponto mais longínquo (a 18 mil quilómetros) e antigo (desde 1513 com Jorge Álvares) do domínio português no Oriente... Na mais pequena província ultramarina portuguesa… Cerca de quatrocentos anos depois dos primeiros portugueses ali terem chegado e criado as primeiras escolas com os jesuítas, uma instituição de ensino de grau intermédio criou raízes e tornou-se um dos pilares daquela terra. Criado por decreto em 1893 teve um papel primordial na educação de milhares de portugueses e macaense hoje espalhados por todo o mundo. A sua história, de tão rica, confunde-se com a própria história dos portugueses em Macau.
Hoje somos engenheiros, arquitectos, jornalistas, professores, biólogos ou enfermeiros. Há uns anos atrás ainda não éramos tudo isso mas caminhávamos a passos largos nesse sentido. Hoje todos diferentes, ontem todos iguais... alunos do Liceu. É esse exercício de perpetuar a memória dos provavelmente melhores dias das nossas vidas que proponho nas próximas páginas de palavras e imagens. Imaginem (se conseguirem...) quantas gerações de macaenses e portugueses ali se fizeram homens e mulheres para a vida.
A instituição do Liceu conheceu várias moradas ao longo da sua existência. O seu edifício mais emblemático – talvez por ter sido o primeiro a ser construído de raiz - foi construído no final da década de 1950 na zona da baía da Praia Grande – então Av. da Amizade, actual Av. Dr. Mário Soares – fruto dos primeiros aterros que ali se fizeram nas décadas de 1920 e 1930. Mesmo já desaparecido (terá sido por volta de 1989), perdura para sempre nas nossas memórias. Uma marca da Macau antiga, indelével. Porque a vida também é feita de recordações... e de memórias.
João Botas
antigo aluno
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